terça-feira, 17 de março de 2009

Para minha avó!

Dezoito de março de dois mil e nove. Volto aqui com um post saudosita e comemorativo ao mesmo tempo. Meu dia se colore. Meu coração festeja e ao mesmo tempo exala suspiros daquela saudade causticante que todos os dias me acomete.
Há sessenta e noves anos nascia a mulher dos meus sonhos, aquela que moldaria meu caráter e que seria, por vezes, meu espelho. Parte de mim, ela rendeu-me bons exemplos de força, sabedoria e aconchego.
De minha primeira infância, lembro-me de seus afagos e das cintadas em minhas pernocas de levada da Breca. Assim como também me nego a esquecer do primeiro dia de aula em que ela, tão amorosamente me conduziu, de mãos dadas, à famigerada escola. Não canso de me lembrar, por hora, da forma em que penteava meus cabelos, tão difíceis de cuidar e do zelo primoroso em que me agasalhava nas manhãs frias de junho.
Isenta da gestação, soube de maneira muito primorosa e particular ser dúplice: vó e mãe. A primeira, que cede aos apelos e concede os melhores mimos e travessuras e a segunda, aquela que de forma tão ímpar te molda para viver o mundo.
Ela não sabe desse texto. Nem sonha, na verdade. Talvez por ser da geração em que brincar de pega-pega era a maior alegria do mundo e também por ser completamente alheia à esse espaço virtual. Mas ela merece. E como!
Na saudade que cotidianamente me consome, quero registrar a felicidade de celebrar por mais um ano a sua vida. Sinto não estar por perto. Sinto muito mesmo!!! E espero que ela entenda meus motivos, pois isso aliviaria boa parte de meus pesares. Pesares estes que se dissolvem ao saber que daqui a pouco ou durante algumas vezes do meu dia dezoito, ouvirei sua vozinha embargadinha e feliz e que mesmo no dia de suas bodas, ela vai terminar a ligação dizendo-me: "Deus te abençoe, fia!"
Obrigada por toda renúncia e por toda alegria compartilhada.

Feliz aniversário, vó!

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